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domingo, junho 22, 2003

ainda Roios*
Roios é também Torga, mesmo sem saber se Torga conheceu Roios. Mas havia olmos e os olmos serão sempre o Negrilho de Torga.

A um Negrilho

Na terra onde nasci há um só poeta.
Os meus versos são folhas dos seus ramos.
Quando chego de longe e conversamos,
É ele que me revela o mundo visitado.
Desce a noite do céu, ergue-se a madrugada,
E a luz do sol aceso ou apagado
É nos seus olhos que se vê pousada.

Esse poeta és tu, mestre da inquietação
Serena!
Tu, imortal avena
Que harmonizas o vento e adormeces o imenso
Redil de estrelas ao luar maninho.
Tu, gigante a sonhar, bosque suspenso
Onde os pássaros e o tempo fazem ninho!

Miguel Torga, Antologia Poética, Círculo de Leitores, 2001


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