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quinta-feira, junho 19, 2003

musa*
Este espaço não tinha este nome. Era para se chamar um sol à beira da estrada, mas o template dava erro, transformava os acentos em adventos de surrealismo e, às tantas, a palavra dual veio-me à cabeça. Lembrei-me de Sophia. E não encontrei melhor forma de me definir. Evoco a Musa.


MUSA


Aqui me sentei quieta
Com as mãos sobre os joelhos
Quieta muda secreta
Passiva como os espelhos

Musa ensina-me o canto
Imanente e latente
Eu quero ouvir devagar
O teu súbito falar
Que me foge de repente

Sophia de Mello Breyner Andresen, Obra Poética III, Editorial Caminho, 1999


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