domingo, junho 29, 2003
a Outro, eu*
o meu obrigada. Deixo-lhe a prenda costumeira cá do sítio, um poema. De uma poetisa que gosto muito, um poema que me faz lembrar também o Desejo Casar:
No primeiro luar de outono, alterei o penteado e risquei,
em todos os mapas do mundo, caminhos interiores.
O mais comum dos peregrinos cruzou comigo o olhar vadio,
como quem partilha a água e a sede, o pão e a raiva, a fome
e o sangue.
Num lugar de mágoas e cansaços te encontrei,
companheira de sonhos.
Gastaste as mãos nos ardis da entrega e percorreste
os trilhos da coragem, resgatando a noite.
Às vezes, murmurámos, entre nós, coisas do silêncio,
denunciadas pelo olhar e dissemos: não há mais nada
a fazer senão amar. Apesar de tudo. Apesar de nada.
Graça Pires, Reino da Lua, Editorial Escritor, 2002
Mais poemas de Graça Pires aqui, a quem interessar.
o meu obrigada. Deixo-lhe a prenda costumeira cá do sítio, um poema. De uma poetisa que gosto muito, um poema que me faz lembrar também o Desejo Casar:
No primeiro luar de outono, alterei o penteado e risquei,
em todos os mapas do mundo, caminhos interiores.
O mais comum dos peregrinos cruzou comigo o olhar vadio,
como quem partilha a água e a sede, o pão e a raiva, a fome
e o sangue.
Num lugar de mágoas e cansaços te encontrei,
companheira de sonhos.
Gastaste as mãos nos ardis da entrega e percorreste
os trilhos da coragem, resgatando a noite.
Às vezes, murmurámos, entre nós, coisas do silêncio,
denunciadas pelo olhar e dissemos: não há mais nada
a fazer senão amar. Apesar de tudo. Apesar de nada.
Graça Pires, Reino da Lua, Editorial Escritor, 2002
Mais poemas de Graça Pires aqui, a quem interessar.