terça-feira, julho 08, 2003
'atirávamos pedras
à água para o silêncio vir à tona',*
a propósito do Nava que Nelson D'Aires julgou encontrar em Cláudia.
Não tenho qualquer livro de Luís Miguel Nava, nem sei se um dia terei. Sei que há tempos lhe li alguns poemas, encontrados aqui e ali e que me ficou uma sensação abrasiva, por entre algumas imagens que me diziam muito. Transcrevo uma que me é profundamente significativa:
Sem outro intuito
Atirávamos pedras
à água para o silêncio vir à tona.
O mundo, que os sentidos tonificam,
surgia-nos então todo enterrado
na nossa própria carne, envolto
por vezes em ferozes transparências
que as pedras acirravam
sem outro intuito além do de extraírem
às águas o silêncio que as unia.
Luís Miguel Nava, Vulcão, Quetzal, 1994
Sei também que ele foi assassinado e só agora soube da sua Fundação e da respectiva revista Relâmpago.
Talvez um dia me dê melhor com a poesia abrasiva e encontre realmente Nava.
à água para o silêncio vir à tona',*
a propósito do Nava que Nelson D'Aires julgou encontrar em Cláudia.
Não tenho qualquer livro de Luís Miguel Nava, nem sei se um dia terei. Sei que há tempos lhe li alguns poemas, encontrados aqui e ali e que me ficou uma sensação abrasiva, por entre algumas imagens que me diziam muito. Transcrevo uma que me é profundamente significativa:
Sem outro intuito
Atirávamos pedras
à água para o silêncio vir à tona.
O mundo, que os sentidos tonificam,
surgia-nos então todo enterrado
na nossa própria carne, envolto
por vezes em ferozes transparências
que as pedras acirravam
sem outro intuito além do de extraírem
às águas o silêncio que as unia.
Luís Miguel Nava, Vulcão, Quetzal, 1994
Sei também que ele foi assassinado e só agora soube da sua Fundação e da respectiva revista Relâmpago.
Talvez um dia me dê melhor com a poesia abrasiva e encontre realmente Nava.