sábado, julho 12, 2003
inscrições para Cecília #1*
I [Motivo]
Eu canto
porque o mar permanece
ao fundo dos meus segredos
mais serenos e profundos,
como se de uma nuvem
em disponível solidão
se tratasse.
II [Discurso]
E aqui estou,
na berma da estrada,
onde as papoilas
fazem ninho e o vento
entre a folhagem se suicida,
em frágil e efémero
desatino.
III [Conveniência]
Convém que o sonho
se revele na curvatura das flores
sob a incoerência do azul
que só as manhãs de Março
sabem imaginar,
e se adivinhe no lamento mudo
das sombras que entardecem
o quarto onde escrevo
e se sonhe na dispersão dos poemas
quando fujo de mim.
................................................................
Ontem li Cecília Meireles no Portugal dos Pequeninos e fiquei com vontade de retomar o fio perdido de uma das minhas meadas - pegar em alguns poemas de Cecília e evocá-la à minha maneira.
I [Motivo]
Eu canto
porque o mar permanece
ao fundo dos meus segredos
mais serenos e profundos,
como se de uma nuvem
em disponível solidão
se tratasse.
II [Discurso]
E aqui estou,
na berma da estrada,
onde as papoilas
fazem ninho e o vento
entre a folhagem se suicida,
em frágil e efémero
desatino.
III [Conveniência]
Convém que o sonho
se revele na curvatura das flores
sob a incoerência do azul
que só as manhãs de Março
sabem imaginar,
e se adivinhe no lamento mudo
das sombras que entardecem
o quarto onde escrevo
e se sonhe na dispersão dos poemas
quando fujo de mim.
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Ontem li Cecília Meireles no Portugal dos Pequeninos e fiquei com vontade de retomar o fio perdido de uma das minhas meadas - pegar em alguns poemas de Cecília e evocá-la à minha maneira.