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terça-feira, julho 15, 2003

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reservo-me da falta de ti à custa de te prolongar no que comigo guardo– se de ti me afasto, levo o teu cheiro. e a noite, sobrevivo-a a milímetros da insónia fingindo o exercício de me ocupar, com(o) o aqui, agora.
Mas, quando estás, esgoto as estratégias, faz-se a tua presença terrífica e dolorosa em mim, se de mim não exiges sequer o desejo. porque, sabe-lo bem, não se pode querer para sempre quem desse querer não necessita. não sem consequências desastrosas. ou, simplesmente, não serei assim tão crescida. pouco mais se nos poderia oferecer tão redutível e artificial quanto um amor com prazo de validade aceite à partida, mesmo que com tantas sucessivas prorrogações.
vem, adiemos, para já, mais uma vez, o fim que prometeste, façamo-lo, como até agora, fingindo continuidade onde hesitações. adiemos o fim lá para a frente, e façamos de conta que não sabemos o que lá da frente vem, ou para que frente vamos– sabe-se apenas da guerra de trincheira.
fecho os olhos para não ver a distância. para já, mais não preciso que a certeza do teu corpo em perímetro tangente ao meu.


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