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quarta-feira, agosto 27, 2003

casulo aonde voltar*
Passara um dia apenas desde a última vez que ele lhe falara e queria escrever-lhe como nunca o tinha feito. Num ápice, ter o fôlego de mil guelras e conseguir resgatar todo o silêncio do mundo numa história que lhe contaria ao ouvido como todas as histórias de entontecer devem ser contadas. Mas nas coisas repentinas moram as árvores por florir e ela sabia que nem ao fundo do tanque do seu quintal tinha chegado com as mil guelras quanto mais ao fundo do mar onde reside o silêncio todo. Escreveu-lhe da única forma que sabia, com os sentidos a caminho da tarde, como borboletas sem casulo aonde voltar.

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