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domingo, agosto 03, 2003

férias*
a meio da tarde a luz falhou para já só voltar ao início da noite. por essa altura, senti o cheiro a pastos queimados. sai à rua e um calor ainda mais seco e um nevoeiro, ou como que um nevoeiro, e pequeníssimas cinzas colando-se à pele, trazidas pelo vento que vinha de lá, de onde ardiam as árvores. aqui do bairro, como é alto, podia ver-se o ponto exacto onde começava a nuvem de fumo negro que se substituiu ao meu céu, tal como se via, certamente a toque de vento, o levantar de uma ou outra labareda acima das árvores. o sol ainda alto, mas já vermelho, entre um e outro véu de beata em luto de missa de sétimo dia. depois, presumo que o vento começou a soprar de cá para lá – ou fui eu quem soprou – e o cheiro menos intenso e as cinzas todas caindo no chão. limpar os parapeitos das janelas salpicados de preto.
há pouco, fui fechar a janela da cozinha e de novo o cheiro.
isto tudo, por um fogo que só avisto.
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entretanto, depois de escrever isto, andei a passear por aí. parece que toda a gente tem um fogo mesmo ali ao lado. parece também que, o mais das vezes, está controlado, mas, sabemo-lo bem, se de repente um pé de vento...


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