quinta-feira, agosto 21, 2003
húmus #3*
«Silêncio. Ponho o ouvido à escuta e ouço sempre o trabalho persistente do caruncho que rói há séculos na madeira e nas almas.» (Raul Brandão, Húmus, p. 10)
rente às paredes da casa
na inércia das sombras
no depósito dos livros
no acontecer da mesa a um canto da sala
no arrumar do chã a desviar-se da língua
por baixo das pálpebras
no lugar da alma
uma película de silenciosa indiferença
constrói os destroços da morte
«Silêncio. Ponho o ouvido à escuta e ouço sempre o trabalho persistente do caruncho que rói há séculos na madeira e nas almas.» (Raul Brandão, Húmus, p. 10)
rente às paredes da casa
na inércia das sombras
no depósito dos livros
no acontecer da mesa a um canto da sala
no arrumar do chã a desviar-se da língua
por baixo das pálpebras
no lugar da alma
uma película de silenciosa indiferença
constrói os destroços da morte