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sexta-feira, agosto 01, 2003

no feminino #4*

5 poemas para a noite invariável
[...]

II

Em cada braço uma herança de horizonte
desde o naufrágio de um eco
em cada árvore

trago-me no sol
à hora dos contornos
no sol a voz
é mais difícil
o tempo mais ausente

trago um filho
que parte o caule às estrelas
é louco e sofre
e parte o caule às estrelas

Tragicamente o sol
põe luz nos braços
A morte é uma feira aberta em lua


Luiza Neto Jorge, Poesia, Assírio & Alvim, 1993

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