segunda-feira, setembro 08, 2003
elogio da sombra #3
os invisíveis, para Ana Paula Inácio
Ontem, numa varanda onde molhei os pés, confirmei o que já suspeitava, que também faço parte desses que existem invisíveis. Acreditar no contrário, bem sei que nem dei tempo a que os joelhos se flectissem, não é suficiente. Escrever, onde estão arrumadas as escadas das vindimas?, não é suficiente. Espreitar o crepúsculo para além da urze que me ornamenta o lado esquerdo, chove e a terra já não cheira, não é suficiente. Também eu, um dia, desaparecerei sem que se soubesse que por aqui estive.
os invisíveis, para Ana Paula Inácio
Ontem, numa varanda onde molhei os pés, confirmei o que já suspeitava, que também faço parte desses que existem invisíveis. Acreditar no contrário, bem sei que nem dei tempo a que os joelhos se flectissem, não é suficiente. Escrever, onde estão arrumadas as escadas das vindimas?, não é suficiente. Espreitar o crepúsculo para além da urze que me ornamenta o lado esquerdo, chove e a terra já não cheira, não é suficiente. Também eu, um dia, desaparecerei sem que se soubesse que por aqui estive.