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quarta-feira, outubro 29, 2003

hm hm*
Há umas semanas atrás foi-me apresentado um livrinho insuportável. No início admiti a possibilidade da anedota, agora sei que não é. Tal como a resposta que recebi por parte da editora pode parecer anedótica, embora duvide que o distinto senhor que me respondeu tivesse qualquer intenção de me fazer rir.
Confesso que não cheguei a folhear o livro, ainda assim, tomo por verdadeiras as transcrições que aqui deixo, até porque na correspondência que troquei com a editora elas não foram rebatidas ou desmentidas, como até desejei.
Trata-se então de Amor e Sexualidade - Para rapazes e Raparigas dos 13 aos 15 anos, de Henri Joyeux. Assim, de acordo com informação ali despejada ficamos que a saber tudo o que sempre quisemos saber acerca da masturbação, mas que não tivemos coragem de perguntar. Sabei que o perigo é sobretudo de ordem psicológica. Efectivamente, o jovem que se masturba com demasiada frequência vai fechar-se sobre si próprio. O prazer solitário é na realidade uma forma de egoísmo, é egocentrismo, é centrar-se em si próprio... (...) A masturbação da infância e da adolescência é a principal causa da ejaculação precoce. Notai que isto é assunto de homens, que o rapaz terá vergonha ou ficará admirado com o que lhe acontece; esse é talvez o momento de lhe explicar a fecundidade nos rapazes, se isso ainda não tiver sido feito. Compete ao pai ou ao avô informá-lo correctamente. Esse não é o papel da mãe.
(...)O rapaz que já tiver adquirido hábitos de repetição na masturbação terá dificuldade em abandonar esse tipo de comportamento. (...) É preciso evitar isso que, mais cedo ou mais tarde, acabará por enfraquecer a personalidade do jovem em causa.

É giro não é? Agora, se alguém me acompanha, peço violinos. Mas nada muito rebuscado, aliás, um violino só. Qualquer coisa como aquele chato que insiste em arruinar um jantar romântico num restaurante duvidoso. Bom, agora que temos o ambiente, falemos de homossexualidade. Reza assim:A homossexualidade masculina é, em geral, uma ferida do coração, uma ferida dos sentimentos. Pode provir (...) de um rapaz que teve relações sexuais precoces com uma rapariga mais ou menos experimentada. (...) O rapaz fica ferido não só no seu amor próprio mas também e mais profundamente na sua virilidade, bem como nos seus sentimentos. (...)Então, um dia, (...) vai ser atraído por um companheiro que sofreu da mesma forma que ele e que vai mais facilmente compreendê-lo, atraí-lo. Assim nascerá, primeiro, uma amizade, que normalmente não durará muito tempo e se concretizará na homossexualidade, cada um excitando o outro para seu próprio prazer e para dar prazer ao outro que tem carências afectivas. Geralmente, nenhum dos dois é feliz. (...) Ambos os rapazes estão feridos. Mesmo que procurem lealmente entreajudar-se, vão, um e outro, progressivamente, evoluir para uma vida homossexual, fonte de conflitos psicológicos, profissionais e familiares que podem ser graves, muito difíceis de superar, podendo mesmo levar ao suicídio afectivo ou físico.
No que respeita à homossexualidade feminina o discurso é semelhante, adverte-se para o facto de que não se trata de uma doença mas sim uma ferida no coração.
Alegrai-vos, ó bem-aventurados, que a mensagem é de esperança. À pergunta Então, a homossexualidade não é definitiva, como a tendência sexual perversa não é definitiva numa pessoa? o bom doutor, com alguma reserva, conforta-nos dizendo que é certo que se pode progredir nos dois sentidos. Ou agravar um estado de homossexualidade orientando-se para a droga e para tudo o que isso implica, ou recuperar lentamente e com segurança uma sexualidade mais madura (...).

Quando resolvi escrever à Editorial Verbo procurava entender os critérios da editora, perguntava-me se estes textos seriam revistos, aliás, recordo que inquiria isso mesmo, se alguém havia lido o livro antes de o soltar cá para fora.
Não me demoro mais com assunto, deixo apenas a resposta com que me presentearam:

Exma Senhora,

A publicação deste livro foi-nos proposta e recomendada por um médico que prefaciou a obra, ela própria da responsabilidade de outro médico – o Prof. Henri Joyeux – que pela sua formação e curriculum científicos e pelos cargos que tem exercido, nos merece a maior credibilidade.

Entendemos não dever comentar conteúdos de livros que não tenham sido desenvolvidos directamente pelos nossos serviços editoriais. Assim, se o desejar, poderá dirigir-se ao autor, na seguinte morada:

Prof. Henri Joyeux
F. X. De Guibert
3, rue J. F. Gerbillon
75006 Paris - França



Parece que o senhor doutor tem curriculum e merece todo o crédito. O que não falta por aí são Diáconos, digo eu.


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