quarta-feira, outubro 01, 2003
"invitation to the blues"*
conheces bem este sossego
de céu cinzento— humidade onde era seco
lama onde era pó—
este sossego de estalar a chuva
nos vidros do fim da tarde
esperas no carro
com a mesma solicitude de que
fazes todas as esperas
— quando sabes da impossibilidade
da vinda– dizes-te embrutecida—
o amor mais do que a vida faz de nós pedras
(forças a mesma música pela
terceira vez)
e por isso houve alturas em
que desejaste parasse
o tempo e se repetissem os beijos
pela imobilidade dos relógios fora
eram outros tempos
(cinco seis sete vezes
a mesma música até não fazer
sentido até deixar de doer)
perdes o rasto que aqui te trouxe
não saberias explicar o estar
aqui se to pedisse
como se de volta ao balbúcio
(ao menos então eram simples os afectos)
apenas que ainda te doem os beijos
conheces bem este sossego
de céu cinzento— humidade onde era seco
lama onde era pó—
este sossego de estalar a chuva
nos vidros do fim da tarde
esperas no carro
com a mesma solicitude de que
fazes todas as esperas
— quando sabes da impossibilidade
da vinda– dizes-te embrutecida—
o amor mais do que a vida faz de nós pedras
(forças a mesma música pela
terceira vez)
e por isso houve alturas em
que desejaste parasse
o tempo e se repetissem os beijos
pela imobilidade dos relógios fora
eram outros tempos
(cinco seis sete vezes
a mesma música até não fazer
sentido até deixar de doer)
perdes o rasto que aqui te trouxe
não saberias explicar o estar
aqui se to pedisse
como se de volta ao balbúcio
(ao menos então eram simples os afectos)
apenas que ainda te doem os beijos