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sexta-feira, outubro 10, 2003

a última lição*
Há dias anunciei por aqui uma conferência a que iria assistir, tratava-se da Problemática do desenvolvimento: uma introdução facciosa, pelo professor Tomaz Moreira. a "última lição" deste senhor, que acaba de ser jubilidado. Uma imperdível lição, acrescento. A saber, o professor Tomaz Moreiro, tanto quanto percebi, tem formação em agronomia, mas é um ecólogo por excelência. Foi assim que nos foi apresentado. O que se passou a seguir mostrou que, muito para além disso, é um humanista, é isto que me apetece chamar-lhe.
Foram muitas as referências literárias (quero acreditar que apanhei a maioria), muitas as científicas (não apanhei a maioria, de longe), foi delicioso o humor.
Entender porquê uma "introdução facciosa". Porque, sendo o professor um ecólogo de coração, toda a problemática e teorização acerca do desenvolvimento irá ser introduzida, acompanhada, em permanência, e incondionalmente ligada à ecologia.
Saber em que ponto estamos do desenvolvimento, que factores se colocam no caminho do desenvolvimento. Para o que se caminha.

"A problemática do desenvolvimento deve começar na paisagem e terminar na alma." , prof. Tomaz Moreira

No entremeio ficaram considerações muito simples e, parece-me, muito acertadas, acerca dos fogos que nos assolaram e de como as coisas podem levar um outro rumo, haja a vontade, e o bom senso de um ordenamento do território inteligente. A ideia da participação, do envolvimento essencial da comunidade no que respeita ao desenvolvimento dessa mesma comunidade, ou seja, uma liderança do grupo, mais do que de uma pessoa. (aqui os devidos parêntesis, quando a coisa tocou Marx, o prof demarcou-se da ideia de ser um revolucionário, longe disso, ele é afinal e cito "um homem com sete pares de pantufas em casa".)

Para o fim ficou a reflexão em torno da "angústia", contra a qual se sugere a "generosidade".
Naquela que já vai sendo uma visão extravagante da academia, dizer a Universidade enquanto um "grupo de pessoas ansiosas por aprender" e avançar daí para o serviço à comunidade.

Lamento não saber dizer muito mais, e muito melhor, acerca do que assisti.... olho para os apontamentos que tirei (sim, tal qual a aluna atenta e interessada na sala de aula), lembro-me do encanto e da delícia das palavras e da bonomia... revejo os nomes, Arquimédes, Oscar Wilde, Morse, Pitágoras, Gedeão, Pd António Vieira...
Quero mais professores assim!


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