terça-feira, janeiro 13, 2004
alter eros #1
António Ramos Rosa
Poema #11*
Vi-lhe os flancos delicados
como se tocasse o nome
de um navio.
Eram sílabas talvez de um verso puro
ou a dócil matéria
firme
de uma ilha adolescente.
Entre um círculo de ramos
vi-lhe a tímida luz do rosto
e as duas pequenas luas dos seus seios
que estavam vivos e novos
no eléctrico pudor do seu desejo.
Vi-lhe tremer os lábios
como se quisesse suster a iminência
de um gesto eloquente
e ser apenas o murmúrio de uma folha
contra as cálidas palavras
que eu corria o risco de dizer.
António Ramos Rosa, Os Volúveis Diademas,
Editora Ausência, 2002
* Ainda que prefira o poema #25.
António Ramos Rosa
Poema #11*
Vi-lhe os flancos delicados
como se tocasse o nome
de um navio.
Eram sílabas talvez de um verso puro
ou a dócil matéria
firme
de uma ilha adolescente.
Entre um círculo de ramos
vi-lhe a tímida luz do rosto
e as duas pequenas luas dos seus seios
que estavam vivos e novos
no eléctrico pudor do seu desejo.
Vi-lhe tremer os lábios
como se quisesse suster a iminência
de um gesto eloquente
e ser apenas o murmúrio de uma folha
contra as cálidas palavras
que eu corria o risco de dizer.
António Ramos Rosa, Os Volúveis Diademas,
Editora Ausência, 2002
* Ainda que prefira o poema #25.