sábado, janeiro 03, 2004
Beau Séjour*
Beau Séjour, Manuel de Freitas
Pela primeira vez, que se lembrasse, lera um livro de poesia do princípio ao fim. Há conjugações de tempos e modos assim: aldeias que sustentam e exigem um poema atrás de outro, ainda que as suas tabernas e a sua morte sejam outras (já se disse que ela ainda não aprendera a gostar de vinho); infâncias que se reconhecem ou se deixam em cima da mesa para que não tentem destinos; fotografias aonde se chega tarde demais, ainda que a morte ronde deste e do outro lado das páginas.
E versos que queimam:
Naquela noite, de que me fiz orfão,
deveria ter dito tudo
menos «até amanhã».
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Beau Séjour, Manuel de Freitas
Pela primeira vez, que se lembrasse, lera um livro de poesia do princípio ao fim. Há conjugações de tempos e modos assim: aldeias que sustentam e exigem um poema atrás de outro, ainda que as suas tabernas e a sua morte sejam outras (já se disse que ela ainda não aprendera a gostar de vinho); infâncias que se reconhecem ou se deixam em cima da mesa para que não tentem destinos; fotografias aonde se chega tarde demais, ainda que a morte ronde deste e do outro lado das páginas.
E versos que queimam:
Naquela noite, de que me fiz orfão,
deveria ter dito tudo
menos «até amanhã».