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quarta-feira, janeiro 21, 2004

dual #5

cai a manhã sobre o corpo esmiuçando-se de luz,
não há um lugar onde possa esconder as mãos,
um lugar a protegê-las do desejo e da água
como se ouvisse tudo o que é superfície a crepitar
e o próprio mar se ausentasse de fundura

em segredo, o que estremece é a ave moribunda do poema
(enquanto o ar se desloca em impressões forçadas de voo
esqueço-me que os regressos se aproximam como a sede)


Cláudia Caetano e Sandra Costa

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