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quinta-feira, janeiro 15, 2004

Outono: lugar frágil*
chegou ao fim. Para que o Inverno (me) doa menos:

Do ponto mais alto da minha infância,
talvez se aviste o mar. Deve haver um lugar,
onde os barcos se encontram para morrer
sobre as quilhas. Quem disse que nunca
chega a anoitecer nos olhos dos que
ostentam um grito de aves no declíneo
das pálpebras? Com os pés exilados,
guardo, no regaço, os ventos e as sombras,
para amparar as dunas: tão frágeis à hora do poente.


Graça Pires, Uma certa forma de errância,
Ed. Ausência, 2003.

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