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terça-feira, fevereiro 10, 2004

ainda vestígios de ontem*

Entre duas águas

Nas linhas que se seguem pretende-se o estabelecimento das estações por que passa Jorge, o protagonista-narrador de Sinais de Fogo, até chegar a dizer: Ali estava eu, para todos os efeitos transformado em poeta, por obra e graça... Ora bolas. Palavras que testemunham qualquer coisa que só Jorge de Sena pode saber, desde a primeira descoberta forçada, quase reconhecida e rejeitada, da poesia, até à aceitação de que seja a poesia a decidir por ele, o personagem chamado Jorge: querer escrever, ter de escrever, ver um papel flutuando entre duas águas.

Maria Filomena Molder, A Imperfeição da Filosofia,
Relógio d'Água, 2003.

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Aqui há tempos apanhei a autora a meio de uma entrevista na Antena 2. Creio que com a Alexandra Lucas Coelho, mas não estou certa. Ainda fui a tempo de a ouvir falar deste capítulo sobre a poesia, sobre Jorge de Sena, sobre as possíveis ligações/ comparações entre a filosofia e a poesia e as imperfeições de uma e de outra. Não me entrou tudo mas fiquei desperta para. Depois encontrei esta carta n' O homem é uma paixão inútil e ainda fiquei com mais vontade de. Ontem o livro veio cá para casa. Não sei quando o irei ler, na íntegra ou mesmo só parcialmente, mas achei esta introdução sugestiva. Não costumo nem sei falar de poesia mas um dia destes terei de o fazer e, na melhor das hipóteses, quero ficar calada com algum do silêncio dos outros.

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