domingo, fevereiro 08, 2004
das profundezas*
1
Hoje,
se escrevo,
os poemas saem-me
mortos.
2
Não há funerárias
que enterrem poemas
(já procurei).
3
Dizem-me,
do outro lado do balcão,
que só os homens
morrem.
4
Ao sair, ela já não olhou
para trás – às vezes,
acontece, também,
morrer
uma mulher.
Sandra Costa
1
Hoje,
se escrevo,
os poemas saem-me
mortos.
2
Não há funerárias
que enterrem poemas
(já procurei).
3
Dizem-me,
do outro lado do balcão,
que só os homens
morrem.
4
Ao sair, ela já não olhou
para trás – às vezes,
acontece, também,
morrer
uma mulher.
Sandra Costa