terça-feira, fevereiro 17, 2004
DiVersos 7*
1.
Coisas, coisas e labirintos, pedras entre
pedras – que o sol aqui se põe muito mais tarde
A sonolência da erva Fórmulas mortas
que a memória nos dá. Tudo o que de longe pela noite
se vê Animais parados como desejos Como
desconhecidas raízes Figuras que de repente
erguemos por dentro (a casa nova e sem ninguém, a
oliveira cortada, a mágoa de saber que as flores e frutos
são já de uma outra vida, pois que os meses
inconclusos se afastam). Bosques que num repente
devagar se consomem Destroços na lembrança
nos olhos ou nas chagas
Diferentes coisas sobre os espaços da manhã
Nicolau Saião, em DiVersos 7,
Edições Sempre-em-Pé, 2003.
_____________
Nicolau Saião,
adaptado da Nota Prévia e Biobibliográfica
Há um deserto na Europa - o único que nela há: o Deserto de Tabernas. A norte de Almeria, entre as serras de Filabres e Alhamila, com uma superfície protegida de cerca de 13 mil hectares. Tabernas é um lugar surpreendente, de beleza severa, densa, inigualável e que cativou absolutamente o A. desde que este o viu pela primeira vez no início de 1980.
O poema que aqui se apresenta é o primeiro do livro que sobre o local vem escrevendo desde a última visita prolongado que lhe fez, ou seja 1999. Sediado em Gergal, ante-sala do deserto.
Nicolau Saião nasceu em 1946 em Monforte do Alentejo. Poeta e pintor. Publicou Os Objectos Inquietantes, Flauta de Pan e Os Olhares Perdidos (poesia) e Passagem de Nível (teatro). Tem para sair As Vozes Ausentes (prosa diversa, Ed. Universitária), e Negredo/Albedo, o livro das translações (Black Sun). Traduziu Vestígios, de Gérard Calandre (a sair, Ed. Universitária) e Fungos de Yugoth, de H. P. Lovecraft, (publicado por Black Sun).
Adenda: colabora com o Quartzo, Feldspato & Mica.
1.
Coisas, coisas e labirintos, pedras entre
pedras – que o sol aqui se põe muito mais tarde
A sonolência da erva Fórmulas mortas
que a memória nos dá. Tudo o que de longe pela noite
se vê Animais parados como desejos Como
desconhecidas raízes Figuras que de repente
erguemos por dentro (a casa nova e sem ninguém, a
oliveira cortada, a mágoa de saber que as flores e frutos
são já de uma outra vida, pois que os meses
inconclusos se afastam). Bosques que num repente
devagar se consomem Destroços na lembrança
nos olhos ou nas chagas
Diferentes coisas sobre os espaços da manhã
Nicolau Saião, em DiVersos 7,
Edições Sempre-em-Pé, 2003.
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Nicolau Saião,
adaptado da Nota Prévia e Biobibliográfica
Há um deserto na Europa - o único que nela há: o Deserto de Tabernas. A norte de Almeria, entre as serras de Filabres e Alhamila, com uma superfície protegida de cerca de 13 mil hectares. Tabernas é um lugar surpreendente, de beleza severa, densa, inigualável e que cativou absolutamente o A. desde que este o viu pela primeira vez no início de 1980.
O poema que aqui se apresenta é o primeiro do livro que sobre o local vem escrevendo desde a última visita prolongado que lhe fez, ou seja 1999. Sediado em Gergal, ante-sala do deserto.
Nicolau Saião nasceu em 1946 em Monforte do Alentejo. Poeta e pintor. Publicou Os Objectos Inquietantes, Flauta de Pan e Os Olhares Perdidos (poesia) e Passagem de Nível (teatro). Tem para sair As Vozes Ausentes (prosa diversa, Ed. Universitária), e Negredo/Albedo, o livro das translações (Black Sun). Traduziu Vestígios, de Gérard Calandre (a sair, Ed. Universitária) e Fungos de Yugoth, de H. P. Lovecraft, (publicado por Black Sun).
Adenda: colabora com o Quartzo, Feldspato & Mica.