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sábado, fevereiro 07, 2004

India Song*



Não posso dizer que gostei. Não sei se um dia poderei dizer que gostei. A culpa é só minha. Não ia preparada. Ou não estou preparada. Ou nunca estarei preparada. Ia atrás de uma música lindíssima, de uma história de amor, de Marguerite Duras e de um filme. Saio da sala (resisti até ao fim e acho que a palavra adequada é mesmo 'resistir' - nunca vi tantas pessoas a abandonarem um filme) e venho a dizer que aquilo não é um filme, mas um 'anti-filme'. Mas o que sei eu de cinema? Nem eu quero ou ouso discutir cinema.

Não tinha lido quase nada sobre (evito sempre que posso), apesar das múltiplas referências em Novembro, quando o filme passou em Lisboa. Mas, neste caso, parece-me que eu o deveria ter feito. São demasiadas camadas temporais na tela: 1937 - junto ao Ganges, 1974 - num castelo junto de Paris, 1974/2004 - em torno do mito; é Duras em imagens, a minimalidade excessiva de Duras (que me apraz ler) em imagens e sons; é quase insuportável.

Apesar de tudo isto, sinto que a beleza de algumas cenas não irão desaparecer do meu corpo. E muito menos, India Song.

Ainda que não possa dizer que gostei.

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