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sábado, abril 10, 2004

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"Pouco sabes do subtil fogo eléctrico que por ti arde dentro de mim."
Walt Whitman

uma luz estreita ligando a terra
ao estômago

um brilho rente às artérias tornando
mais limpo o olhar

escrevam-se versos como estátuas
como o equilíbrio impenetrável dos ascetas
e por trás- por dentro- em volta-
os átomos roçando-se lascivos de relâmpagos
sôfregos de chão

(conheço do grande estrondo a queda que é como a boca aberta para a noite
quando a noite confunde os olhos de cegueiras brancas)



cláudia caetano

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