quinta-feira, abril 08, 2004
Abril #8*
Fernando Brito
Nunca esquecer
Caladas são as sombras. Não o vento
que assobia no prumo das navalhas
que são feixes de raiva e sedimentos
duma fogueira intensa de acendalhas
inteiriçadas no fluir das páginas
de crónica tão presente, mas passada:
a de abutres sedentos e mordazes,
sugando nervo e osso e carne sã
e o imo da própria dignidade.
Discretas são as sombras. Não a macabra
gesta de bufos e verdugos, dos que
– ocultos na crueza dos seus muros,
no desplante impune dos seus coices,
de insânia e de tortura –
zombavam com a dor que nos sangrava.
João Rui de Sousa in Na Liberdade,
antologia a lançar durante as comemorações do 25 de Abril
com a chancela de “Garça Editores” (Peso da Régua)
Enviado por Nicolau Saião
Fernando Brito
Nunca esquecer
Caladas são as sombras. Não o vento
que assobia no prumo das navalhas
que são feixes de raiva e sedimentos
duma fogueira intensa de acendalhas
inteiriçadas no fluir das páginas
de crónica tão presente, mas passada:
a de abutres sedentos e mordazes,
sugando nervo e osso e carne sã
e o imo da própria dignidade.
Discretas são as sombras. Não a macabra
gesta de bufos e verdugos, dos que
– ocultos na crueza dos seus muros,
no desplante impune dos seus coices,
de insânia e de tortura –
zombavam com a dor que nos sangrava.
João Rui de Sousa in Na Liberdade,
antologia a lançar durante as comemorações do 25 de Abril
com a chancela de “Garça Editores” (Peso da Régua)
Enviado por Nicolau Saião