quarta-feira, maio 12, 2004
... do lado de cá da chuva...*
XXVIII
dizer que o avião atravessou
a minha janela como
se viesse direito ao coração,
um risco secante a esta música,
é pouco.
não chega perder os olhos
num lago de gaivotas
nem ler as árvores
de fio a pavio
porque resta sempre o sabor de
ter perdido o barco
Assim modelo as palavras
e os dedos limpo
do barro com a boca
Fica a terra mais pequena.
Ângela Marques, Confissões Dispersas, Editorial 100, 2004
........................................
não tenho como agradecer à ângela o gesto. gosto de livros, mas gosto ainda mais quando nos trazem o afecto lá da lonjura. aceitar apenas e deixar ficar o sorriso.
XXVIII
dizer que o avião atravessou
a minha janela como
se viesse direito ao coração,
um risco secante a esta música,
é pouco.
não chega perder os olhos
num lago de gaivotas
nem ler as árvores
de fio a pavio
porque resta sempre o sabor de
ter perdido o barco
Assim modelo as palavras
e os dedos limpo
do barro com a boca
Fica a terra mais pequena.
Ângela Marques, Confissões Dispersas, Editorial 100, 2004
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não tenho como agradecer à ângela o gesto. gosto de livros, mas gosto ainda mais quando nos trazem o afecto lá da lonjura. aceitar apenas e deixar ficar o sorriso.