terça-feira, maio 11, 2004
continuando o elogio da dispersão*
Poema solar
Face leonina em suspenso
Transbordando no centro
De um céu desocupado,
Como estás imóvel
E como, sem amparo,
Flor solitária e sem caule,
Serves libações sem recompensa.
O olhar vê-te
Simplificado pela distância
Como uma origem,
A tua cabeça em pétalas de chamas
Explodindo sem cessar.
O calor é o eco do teu
Ouro.
Cunhado no plano
Dos solitários do horizonte,
Existes abertamente.
Hora a hora, as nossas carências
Ascendem e regressam como anjos.
Descerrando como uma mão,
Tu dás para sempre.
Philip Larkin, Janelas Altas, Cotovia, 2004,
Introd. e Trad. de Rui Carvalho Homem.
Poema solar
Face leonina em suspenso
Transbordando no centro
De um céu desocupado,
Como estás imóvel
E como, sem amparo,
Flor solitária e sem caule,
Serves libações sem recompensa.
O olhar vê-te
Simplificado pela distância
Como uma origem,
A tua cabeça em pétalas de chamas
Explodindo sem cessar.
O calor é o eco do teu
Ouro.
Cunhado no plano
Dos solitários do horizonte,
Existes abertamente.
Hora a hora, as nossas carências
Ascendem e regressam como anjos.
Descerrando como uma mão,
Tu dás para sempre.
Philip Larkin, Janelas Altas, Cotovia, 2004,
Introd. e Trad. de Rui Carvalho Homem.