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sexta-feira, junho 18, 2004

surdina*

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Para que nem tudo vos seja sonegado,
cultivai a surdina.
Eu fico em surdina.
Em surdina aparo
os utensí­lios,
em surdina me preparo
para morrer.
Amo, chut!, em surdina:
a minha vida,
nesga entre dois ponteiros, fecha-se
em surdina.


Sebastião Alba, Uma Pedra ao lado da Evidência,
Campo das Letras, 2000

[...]

Ficará depois a surdina, de qualquer forma.

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