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domingo, agosto 22, 2004

à beira do silêncio #2*

maresias (II)*

observem, alheados, a realidade táctil
a fruta que se sorve a contragosto, no cais velho; o desgosto
percebem agora a alegria:
da gaivota serena, da compaixão epidérmica, do abraço lavado
as piruetas da paixão
toda a dança uterina
somente o passo incerto, pois leve, da esperança.


Nuno Trinta de Sá [escrito e enviado por]



* publicado no caderno colectivo da Europress "quatro poetas numa garrafa à deriva no atlântico", com Fernando Grade, m. parissy e Nuno Rebocho (2004)


Mais poemas de Nuno Trinta de Sá aqui.

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