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segunda-feira, agosto 16, 2004

poema com dedicatória invisível*

Total desenlace

Falo-te
da imaginação
de um segundo.
Do festivo
de uma bola de sabonete
encadeada
na sua fugacidade
impiedosa.
Da lucilação
de um arco-íris digno das horas
em que o humedecer
da noite
brinca
- deliciosamente -
com a susceptibilidade
do orvalho.
De um pesar tão fino
que só consigo
senti-lo
levando ao extremo
o esgotamento
da flor em campo
raso.
Falo-te de um pano de cambraia
envolvendo o sopro de
uma criança
morta
- do encontro cada vez mais raro
com o amor.


Eduarda Chiote, Não me morras, & Etc, 2004.

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