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segunda-feira, agosto 23, 2004

Próximo de Setembro #0*

Próximo do rosto, partilhamos
o sopro e as sílabas de setembro,
quando as cores monótonas
atingem o delírio da mudança
como uma febre alucinante.

Nos nossos lábios,
o naufrágio da voz,
onde cabe inteiro
o soluçar de um corpo
grávido de ausência.

Nenhum regaço se quebra
no abraço ilícito das sementes,
se o tempo das vindimas se aproxima
e, em todos os recantos,
interiorizamos a revolta
como um húmus imprevisto.


Graça Pires, Poemas, Vega, s/d.

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