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sexta-feira, outubro 08, 2004

a pena de viver*

Atarda a mão que vai ao rés do colo
mexericar no veio da lembrança
de brancuras fatais, refegos curtos,
olores de tepidez humedecida
por suores implapáveis mas palpados.
Atarda: que por mais
que a tua mão avance, nunca vence
o valor sopesado em loucas e supostas
locubrações, destinos.Atarda:
nada de bom fica de verdade e, então,
a pena de viver
não vale a pena revivê-la.


Pedro Tamen, Memória Indiscritível, gótica, 2000.

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