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quarta-feira, novembro 10, 2004

~.~.~*

.....................................................(...) Bichos inclinam-se
.....................................................para dentro do sono, levantam-se rosas respirando
.....................................................contra o ar. Tua voz canta
.....................................................o horto e a água - e eu caminho pelas ruas frias com
.....................................................o lento desejo do teu corpo.
.....................................................Beijarei em ti a vida enorme, e em cada espasmo
.....................................................eu morrerei contigo.


Herberto Helder


por beber ficavam os rios que surgiam aos pés perplexos
congeminando travessias
como ficaram por trocar as roupas no corpo exausto
jogando a febre

o resto eram os grandes espaços que ficavam por trás
aliviando a estrada
como se o espaço fosse coisa de luz— globos luminosos
cifrando o longe

a suspeita de ser tua a voz ao fundo quando da memória da tua voz
restavam ideias de ser bela e de só a mim
falar o idioma limpo— porque ninguém entende do que falas
não como eu

e os olhos em esforçada luta contra o astigmatismo
tentando fazer dos borrões contornos
em querer de antecipação ou arriscando uma disposição turva do que virá


cláudia caetano

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