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sexta-feira, dezembro 24, 2004

o invisível rumor que nos sustenta*











Apago as mãos com o regresso das noites silenciosas,
proponho esquecer-me do inverno e das palavras
que ainda sabem a crepúsculos de fogo e abro

um pão com aroma a mel e a misteriosas claridades.
Pela casa dissolvem-se as sombras nomeando outros
tantos mundos e as histórias repetem-se na boca

das crianças como as estações nas folhas das árvores.
Tudo se passa como sempre: os olhos escutando
o invisível rumor que nos sustenta.

Sandra Costa

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