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terça-feira, abril 26, 2005

poeira lenta e muito antiga,*

com a Alexandra, na 2.

Senhores passageiros

Alguns rapazes avançam mais depressa
para a morte, mas todos se debatem
com a vida que lhes resta. Às voltas
no cimento das cidades, entre
a estrangulada circulaçãos dos veículos,
segredam ao ouvido de um deus
surdo: concede-me um novo amor
igual ao dos meus irmãos. Entretanto
são mais as raparigas que não lêem livros
no venenoso relento das estações
ferroviárias, chupam rebuçados
de menta com fel, suavemente inclinam
a cabeça para ouvir: senhores passageiros
vai dar início à sua marcha o comboio
com destino a Santa Apolónia da escuridão.

Rui Pires Cabral, Longe da Aldeia, Averno


Este também foi lido, na 2.











Quando,por aqui, os poemas parecem estar perto do fim.

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