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sexta-feira, junho 11, 2004

fly me to the moon #10


PNW1CDX


(Disc 1)
Ani DiFranco, Sleater-Kinney, Public Enemy, Billy Bragg, Midnight Oil, Chumbawamba, DJ DisOrientalist, Asian Dub Foundation- with Tariq Ali, Life, Seize the Day, Crass, Change, The Unpeople- with John Pilger, Slovo, Yo La Tengo

(Disc 2)
Ms Dynamite, Roots Manuva, Alabama 3, The Mark of Cain, John Lester, GM Babyz, Torben & Joe- with Ken Livingstone, Nitin Sawhney, Fun«da»mental, SuparNovar, Laszlo Beckett, Pok & the Spacegoats, Stephan Smith- with Pete Seeger & DJ Spooky, Saul Williams - with Coldcut, Sia, Massive Attack, Bindi Blacher

é, naturalmente, um trabalho desigual. talvez até se possa dizer que é politica e musicalmente desequilibrado. posso até admitir que nem sequer gosto de tudo o que se ouve, mas mesmo assim... nem sequer é apesar disso, é mesmo também por isso.
atenção ao link, todas as músicas se encontram disponíveis online.


quinta-feira, junho 10, 2004

...*

Do avesso, a noite
é o início do mundo.

Sandra Costa

cumulus*

Quando o silêncio se acumula assim

– sobre o meu nome
e os nomes que não digo –

sou eu que me dissipo [apagando assombros].

Sandra Costa

vocação*

A vocação dos homens silenciosos
é, ao longe, serem aves.

Sandra Costa

quarta-feira, junho 09, 2004

imagias #22


Pieter Bruegel, The "Little" Tower of Babel

um dia esquecemos que outros antes falharam
que a arrogância faz de nós coisas incompletas

como se nos pudessemos elevar sem prejuízo
da matemática ou mesmo da engenharia e
se fizessem artesanais e simples os beijos
como se estivéssemos livres de artifício

agora quando me falas nessa língua estrangeira
é como se o verbo coxeasse pela sintaxe deslocada
e as palavras tomassem um sentido que não sinto


cláudia caetano

terça-feira, junho 08, 2004

JL*

há já umas semanas que não comprava o jornal de letras, não sei se a mudança é desta quinzena, ou se é de há muitas. na verdade, não me traria espanto verificar que o último que tenho lá por casa (pousado numa cama desabitada) já contemplasse as alterações gráficas que agora noto. gostava de ter melhor olho para o detalhe, mas a distracção interfere. em todo o caso, noto-o agora, que me agrada. tendo, como quase todos os meus semelhantes, a ser desconfiada das mudanças, para não dizer que me quase sempre me desagradam. não aqui, folheio o jornal e não me desagrada... não fossem aqueles agrafos. quem é que teve a ideia peregrina de agrafar o jornal? onde já se viu, um jornal agrafado? como é que separo os cadernos? também me desconcerta o típico "correio dos leitores", este pelo menos é confrangedor (pois, percebe-se que a mudança já vem de antes, afinal, é só disso que falam os leitores que para lá escreveram, um em particular congratula-se pelos textos mais curtos... hurra). depois o susto, começo sempre com a última página, gosto de entrar pelo listopad, mas desta vez não foi ele quem encontrei. menos mal, percebi que apenas tinha mudado de sítio e, afinal, a entrada não foi menos agradável. por algum motivo nunca lera nada do gonçalo m. tavares, vá-se lá saber. há coisas que não se explicam, mas que se podem corrigir como os agrafos em jornais.





a trégua
Havia uma desarrumação no cabelo, se tinha
Calções eles caíam;puxava-os para cima, não
Me penteava.
Se alguma trégua fiz com a infância foi esta:
Ainda não uso pente, os calções são calças,
mas continuam a cair. Por delicadeza,
puxo-as para cima.


Gonçalo M. Tavares


eu, quando era pequenina, tinha vestidinhos que levantava até cabeça, rodopiando. exercícios de criança. hoje, também tenho calças que me caem. visto menos vestidos e, levantá-los, só em casa em segredo.

segunda-feira, junho 07, 2004

2.º Lugar - Concurso de Poesia "Mérida - Évora"*

Image
Chamou-lhe O Corpo Pelo Vinco - raia-lhe o corpo pelo vinco / troca-lhe os flancos pelas voltas dos braços//põe-lhe o beijo/ali onde sabes que gosta/onde prometes esquecer o tempo/até ao advento do corpo - e o resultado, merecido, está anunciado.

Parabéns, Cláudia!


finalmente apurámos
o toque
limitámos o gesto
ao indispensável
a mão sobre a pele
sem lhe tocar
sentindo apenas a
respiração agitada
dos poros


Cláudia Caetano

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