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sábado, novembro 13, 2004

das boas notícias. e das muito boas.*

por cá (évora, entenda-se), o cinema a sério vê-se no auditório soror mariana. e agora há um blog, com actualizações regulares (é o que se espera), para que nada se perca.



entretanto, e para breve, o festival de curtas. a página está um bocadinho atrasada, esperemos que, em devido tempo, ainda por lá se apresente o programa. em todo o caso, é evento a não perder, pela parte que me toca, tem vindo a agradar ano após ano (vamos no quarto, se não estou em erro).
e a newsletter reza assim:

A quarta edição do FIKE 2004 - Festival Internacional de Curtas Metragens de Évora vai decorrer entre 19 e 27 de Novembro, no auditório da Universidade de Évora.

Foram inscritos para esta edição 1446 filmes, oriundosde 77 países.
Os países dos quais se receberam mais filmes foram Portugal com 75 filmes inscritos, seguindo-se o Reino Unido com 58, os Estados Unidos com 46, a Itália e a Espanha, ambos com 43, a Alemanha com 42 e a Coreia com 39.

Para além do Júri Oficial, o Festival conta este ano como Júri da Federação Internacional de Cineclubes que atribuirá o Prémio Don Quijote, o que garante a selecção do filme para o Festival Internacional de Cineclubes, a decorrer em Itália, em Junho de 2005.

Ao Júri Oficial cabe distinguir os melhores nas categorias de: ficção, documentário, animação, curta-metragem europeia e curtíssima (até 5 minutos), no que toca à competição internacional, serão premiadas na competição nacional: a Melhor Curta-Metragem Portuguesa e o Melhor Filme de Expressão Portuguesa - a ser galardoado com o Prémio Instituto Camões.

O programa do FIKE 2004 integra ainda os Concertos na Harmonia, as Noites do FIKE e a sessão de abertura terminará com um concerto pelo grupo rock português "Mão Morta".

Prepare as malas e venha ao FIKE 2004 - Festival Internacional de Curtas Metragens de Évora.




Triste é o amor da árvore sozinha:
Perdeu o fruto, perdeu a folha, perdeu a ave
e a menina do baloiço, que se enforcou na ventania.(...)


finalmente, há umas semanas falava eu da mola de Roupa, que, quase logo após a referência aqui no tempo dual, se eclipsou. volta agora, com nova roupa, novos poemas, nova casa. e leio e leio e leio.


tudo isto é tão juicy que obriga, naturalmente, a que lá se volte nas próximas semanas.

quinta-feira, novembro 11, 2004

só as árvores*







Há um tempo
em que os minutos são palavras
de vozes ausentes.

N.S.



E por onde passo – entre muros
e sombras perdidos na solidão –
só as árvores deixam rasto

– e fugas – sobre essa luz
de inverno que agora é
ausência     silêncio      respiração.

Sandra Costa

quarta-feira, novembro 10, 2004

~.~.~*

.....................................................(...) Bichos inclinam-se
.....................................................para dentro do sono, levantam-se rosas respirando
.....................................................contra o ar. Tua voz canta
.....................................................o horto e a água - e eu caminho pelas ruas frias com
.....................................................o lento desejo do teu corpo.
.....................................................Beijarei em ti a vida enorme, e em cada espasmo
.....................................................eu morrerei contigo.


Herberto Helder


por beber ficavam os rios que surgiam aos pés perplexos
congeminando travessias
como ficaram por trocar as roupas no corpo exausto
jogando a febre

o resto eram os grandes espaços que ficavam por trás
aliviando a estrada
como se o espaço fosse coisa de luz— globos luminosos
cifrando o longe

a suspeita de ser tua a voz ao fundo quando da memória da tua voz
restavam ideias de ser bela e de só a mim
falar o idioma limpo— porque ninguém entende do que falas
não como eu

e os olhos em esforçada luta contra o astigmatismo
tentando fazer dos borrões contornos
em querer de antecipação ou arriscando uma disposição turva do que virá


cláudia caetano

domingo, novembro 07, 2004

imagias #27


Misha Bittleston, Make Me Pay


não deixes por reclamar o que de mim te é devido
não perdoes nem concedas
— possa do teu gesto ou dos teus olhos
se arremedar alguma justiça

se é verdade que assim se joga a redenção

se é necessária remissão pelo corpo nos corpos

que pague
como pagavam as mulheres ajoelhadas
dentro dos véus
rosários caindo das mãos culpadas
no murmúrio que apagava

e que custe
e que doa
como aos danados a eternidade


cláudia caetano

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