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sexta-feira, janeiro 07, 2005

prenda de Natal para a carla*

apreciar

ter-te em quieto cuidado
guardar-te as mãos entre as minhas
procurando segredos– trazê-las ao rosto
e deixá-las aí para que assim possamos tomar-lhe
o gosto

apreciar

para que do toque se avalie o afecto


Cláudia Caetano

prenda de Natal para o Carlos*

alguidar

as palavras do sul
enrolam-se na língua

côncavas as mãos côncavo o barro
côncava a imagem sobre a água


Sandra Costa

prenda de Natal para kikajau*

vórtice

entramos por onde parece menos provável
a definição de caminho
onde é mais ventoso

quer-se o vórtice quando da vida
se conhece a voragem

não havendo senão caos
que outra rota para a verdade?



Cláudia Caetano

prenda de Natal para o antoniel campos*

tempo

chegam cedo,
e aos lugares mais profundos
dos poemas,
as palavras mais antigas

(nem sempre o tempo é uma fuga,
tantas vezes é a infância)


Sandra Costa

quinta-feira, janeiro 06, 2005

prenda de Natal para o Nicolau*

roseiral

tronco de árvore deixado ao abandono. Cada casa teria quatro janelas como as quatro estações para que o tempo parasse ou andasse muito depressa. Na República dos Artistas, os dias só terminariam se os poetas tivessem desejo de laranjas ou de sombras. Todas as noites seriam então como quintais. Sem engano rosas bravas guardariam os horizontes e


Sandra Costa

prenda de Natal para a Márcia*

espelho

Água (fonte)
onde procuras
o que não existe.


Sandra Costa

prenda de Natal para a margem*

maresia

porque algo te anuncia
como a maresia me diz
da proximidade do mar

porque te fazes preceder
de avisos e sinais como o
trovão antecedido de luz

porque tu como o mar a perder de vista
tu como tempestade a revoltar o mundo


Cláudia Caetano

prenda de Natal para a Alexandra*

romãzeira

O aroma prometido
vem das sombras sobre
os muros

– tivesse o amor a forma
de favos que existem
em certos frutos –

e nenhum medo
rompe a substância
do silêncio.


Sandra Costa

prenda de Natal para AF*

lânguido

o corpo esquecido de si
ou esquecido de uma qualquer
coisa que lhe desse alento– o torpor
que começa num ponto
preciso ao fundo das costas–

o corpo
lembremos
entregue à ideia de um olhar lânguido
em rosto de prometida
volúpia– um cansaço que
se suspeita extático


Cláudia Caetano

domingo, janeiro 02, 2005

não, ainda não são mais prendas de Natal,*

apenas adições ou mudanças:

da literatura
Last Tapes
Modus vivendi
Retorta
um buraco na sombra

o primeiro post do ano*





veio de Roios.

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