sexta-feira, setembro 17, 2004
quinta-feira, setembro 16, 2004
Em Setembro, atravesso as noites
como se estivesse à beira de um
pequeno lago (daqueles da infância,
verdes de musgo e de limos onde
a claridade fechada dos nenúfares
revela a presença da lua): ainda à
espera de ver crescer a minha sombra.
Sandra Costa
depois das camélias. Agente Triplo é um filme muitíssimo inteligente. Só depois percebi porque pegaste tu na História, cristina. O que é a verdade, no filme? Não interessa muito, não é? É a tal ideia de que as perguntas são bem mais importantes do que as respostas. E a História também é isso, interrogar e fazer pensar mais do que reconstituir o tempo realmente vivido. Onde está a verdade, no filme? Talvez nos seus silêncios, ainda que (e talvez porque) o desenrolar dos acontecimentos que não vemos nos seja mostrado através da palavra. Creio que o olhar de Fiodor amava Arsinoé. As suas palavras?, não sei.
quarta-feira, setembro 15, 2004
foto: mdlr 09-04
que cheiram. Quando aproximamos o nariz destas flores de pétalas delicadas - algumas delas já espalhadas pelo chão de Setembro - o aroma é muito suave, quase não se dá por ele. Só numa segunda aspiração nos apercebemos que é doce e que se intensifica à medida que nos habituamos a reconhecer aquela expressão de fragilidade entre todos os cheiros invisíveis que fazem a tarde. Para além destas camélias sanzakas, o Parque S. Roque tem um miradouro soberbo para uma das curvas do rio. Ah inóspito Porto!*, quantos mais belos tesouros escondes tu? Profundamente agradecida aos dias com árvores.
* a very private joke!
setembro
cansaço.
janela aberta
e o rosa acinzentando
o céu da tarde.
Márcia Maia*
* [Presente de aniversário. Obrigada.]
terça-feira, setembro 14, 2004
Balada do longínquo Oeste
No tempo em que eu me batia nos saloons,
tinha um sorriso da cor da grande estrela no colete
e um coldre de cabedal com duas pistolas vesgas.
O som das pianolas gastas era tal e qual eu. Em preparos
desonestos, mulheres sentavam-se-me no colo
e desdenhavam da minha castidade e inocência.
Metade dos meus olhos tapava, o meu chapéu.
Bebia e acordava só, muito depois das rixas,
misteriosamente, à claridade do céu ...
MdR
a ler. quanto mais não fosse, por isto:
Falha-me agora a que propósito, apetece-me a vida como dantes,
uma noite de Verão vista à tua língua telescópio
e aquele amor tão puro que faz de nós grandes canalhas.
domingo, setembro 12, 2004
Camille Solyagua, Butterfly
e o sol fez-se morno
para o teu dia
porque celebrar-te é coisa de
sair à rua procurando-te
por trilhos de azinhagas
ou encontrar-te imediata insuspeita
na pele que algo no ar transporta
a notícia de ti
cláudia caetano
a outra menina do tempo fez anos (ando sempre um pouco atrasado, mas isto já é género). cubramo-la de beijos.