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sábado, agosto 14, 2004

¨/^/¨*

corre uma morte dentro do
sangue dentro do osso aberta de securas no
tutano espessa de coágulos nas veias

pré-datada
como um cheque
que se promete cumprir a tempo
sabendo nós que a qualquer altura se pode levantar
sem olhar ao dia

e é rápida não como quem leva nos ombros um atraso de horas mas
como é rápido o corredor em círculos de circuito fechado
atrás do melhor tempo

numa vida corre-te a morte sem fim
sem vezes nas veias sem conta
dá-te a volta ao corpo a morte
faz-te o ritmo dá-te o tom
troca-te as voltas faz-te a folha


cláudia caetano

quarta-feira, agosto 11, 2004

imagias #24


sem título


há um homem sentado
à entrada da tenda
em compreensão da
imobilidade
...........havias tu no sossego
...........do colo como se aqui
...........tudo houvesse já sido
...........decifrado

o mais sou eu numa ombreira
esperando a catástrofe natural
ao fim da tarde


cláudia caetano

segunda-feira, agosto 09, 2004

nesga de céu azul*

caros ouvintes,

ainda bem que gostaram do "Magazine literaturas" dedicado a Sofia de
Melo B.Andresen.Estamos a pensar repeti-lo no dia 6 de Novembro,a outra hora,claro,quando ela faria 85 anos.
cumprimentos
Graça Vasconcelos


Recebido às 15:44. Tinha parado de chover também.

dias de chuva, a meio do Verão*

A janela já estava aberta. Puxo a cortina para o lado, de modo a ver bem a chuva que agora cai intensamente. As árvores do largo permanecem verdes e imóveis, contrastando com o cinza do céu. Há pequenos caminhos de água que se formam, cor de terra, e que correm nesta direcção e as casas estão mais escuras, como se elas próprias fossem sombras. Hoje, tudo poderia ser assim descritivo, não fosse a chuva um sinal, ligeiramente oblíquo, de que algo em mim é maior que o silêncio.

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