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quinta-feira, junho 14, 2007

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desde ali, fazer a cama— lançar um lençol sobre o outro— ofusca em lapsos do teu corpo nu.
como quando o lancei sobre ti, cobrindo-te como mortuário, descobrindo-te o rosto devolvendo-te à vida. irremediavelmente presa àquele momento— o lençol suspenso no ar, segundos, longuíssimos, minutos, o tempo que eu quisesse, antes de cair em ti e já em ti segunda pele.


cláudia caetano

domingo, junho 10, 2007

Há uma orquestração no meu sangue de balbúrdias de crimes — (A.Campos)*

a revolução que desenhas
no silêncio do brandy

— tu que não bebias senão cerveja, agora brandy,
porque não sabes o que pensar da palavra mini esparramada
no poema —

a revolução que bebes
em golos quentes e amargos


um homem muito belo em tronco nu
para que lhe possas ver no sangue avulso
no peito os gritos arrancados aos peitos arrancados
de uma mulher


pensas qualquer coisa como
"se o homem não fosse belo
se a mulher não fosse bela
o crime seria hediondo"

os teus dedos
hordas rebeldes no rosto rendido — pões-te a jeito
como se alguém de ti escrevesse os dias
cansados
improvisas um ar elevado porque se
ali alguém te visse
— aí onde terminas os dias reclusos —
atentaria no porte


houvesse numa mulher que passasse um desafio de
guerra
um sorriso de não me apanhas ou ainda melhor
um olhar inquinado de apanha-me se puderes

e pudesses tu


cláudia caetano

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