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quinta-feira, setembro 02, 2004

Encontro do Vento 2004*



"A Câmara Municipal do Fundão organiza, de 2 a 5 de Setembro, o Festival de Castelo Novo – Encontro do Vento 2004, evento inserido no programa de animação das Aldeias Históricas. Durante estes dias, aquela freguesia do Fundão será o palco de inúmeras iniciativas culturais, pedagógicas, literárias e poéticas, onde o denominador comum é o vento.

A iniciativa da autarquia fundanense, marcada para o centro da aldeia histórica, está carregada de simbolismo e de acções. Oficina de Instrumentos de Sopro, Espectáculo de Dança pela Companhia Neodanza (Venezuela), Philip Hamilton (EUA) (evento integrado no “Fringe 2004” – Festival Internacional de Dança Contemporânea) e voo cativo em balão de ar quente são algumas das razões para ir até Castelo Novo.

Um dos pontos altos deste Festival acontecerá logo no dia de abertura, a 2 de Setembro. Pelas 21 horas, na Lagariça, terá lugar o lançamento da antologia de poesia ibérica “Vento – Sombra de Vozes / Viento – Sombra de Voces”. Uma obra que reúne 68 poetas espanhóis e portugueses e onde o vento é o elemento unificador que perpassa todas as páginas escritas nas duas línguas.

Editada pela Câmara Municipal do Fundão e Celya Editora (editora sediada em Salamanca, Espanha), esta antologia apresenta-se como uma homenagem à matéria simbólica e poética que é o vento, elemento agregador e criador. Fomentando a cooperação transfronteiriça, valorizando a cultura poética e elevando ainda mais a língua portuguesa, o Município do Fundão ultrapassa a fronteira da interioridade, acariciando novas aragens que sopram de outras latitudes da Península Ibérica. Em perfeita comunhão linguística e poética, a apresentação de “Vento – Sombra de Vozes / Viento – Sombra de Voces” - a cargo de Gabriel Magalhães, docente da Universidade da Beira Interior -, constará ainda de um recital. António Salvado, Jorge Fragoso, José do Carmo Francisco, [o nosso] Nicolau Saião, Pedro Sena-Lino, Rafael Dionísio, Jesús Losada, María Ángeles Maeso e Santos Jimenez são as vozes poéticas por onde soprará o vento português e espanhol, respectivamente."

[Notícia retirada daqui.]


Panorâmicas de Castelo Novo aqui.

Próximo de Setembro #5*

As buganvílias separam-se dos dias:
é de crescentes invisibilidades
que se faz o Outono.

Sandra Costa

quarta-feira, setembro 01, 2004

Robert Walser*



Estrela da manhã

Abro a janela,
há uma opaca luz matinal.
A neve já parou,
uma grande estrela está no seu lugar.

A estrela, a estrela
é maravilhosamente bela.
Branco de neve está o horizonte,
brancos de neve todos os cumes.

Sagrada, fresca,
a quietude matinal no mundo.
Cada som cai nitidamente,
os telhados brilham como mesas de crianças.

Tão imóvel e branco:
um grande e belo deserto,
cuja fria quietude perturba
cada expressão. Porém, em mim ele arde.

_________________________________________

Como prometido ao Rui, aqui está a minha tentativa de tradução de Walser (com base na versão em castelhano de Matilde Sánchez e Guillermo Piro, editada no nº 61 do Diario de Poesía). Vamos lá a comparar?

terça-feira, agosto 31, 2004

convite & pub despudorada*




A In-Libris, Sociedade para a Promoção do Livro e da Cultura, e Belgais, Centro para o Estudo das Artes, apresentarão, no dia 4 de Setembro, na Granja de Belgais, o livro "Nenhuma Flor. Oito imagens e o dizer dos lábios".

Os textos de Sandra Costa, coligidos neste livro, tiveram origem nas fotografias de Paulo Gaspar Ferreira captadas após o incêndio ocorrido em Julho de 2004 na Granja de Belgais. Será também apresentada a exposição das fotografias originais que constituem este livro bem como o Concerto de Maria João Pires e Rufus Müller que interpretarão "Winterreise" de Franz Schubert.

Teríamos todo o prazer em poder contar com a sua presença.

Informação adicional bem como reserva de bilhetes deverá ser efectuada através do telefone 272 467 539.





Caso não possa ir a Belgais, o livro pode ser, ainda, adquirido contactando a editora In-Libris.


fidelidade 87*

Os Cantos de Maldoror

Hoje, na alex da 2, Os Cantos de Maldoror de Isidore Ducasse, Conde de Lautréamont ditos por Adolfo Luxúria Canibal que redigiu o prefácio da obra. O Mal? Quem não vem? Quem vai deixar de ler e de escrever? Nós pararemos sempre um pouco depois das cinco da tarde.

segunda-feira, agosto 30, 2004

Próximo de Setembro #4*

Com o cheiro das uvas
cubro o chão de antigos
significados

e não há qualquer
mistério nisto.

Sandra Costa

do mal #4*

O mal é o ritmo dos outros.

Henri Michaux,
O Retiro pelo Risco, Fenda, 1999.



[brevidade] colher o nome
de uma flor contra o futuro

Sandra costa

novo link, ali ao lado, porque sim:*

corredor-entrada sala-livros-2 oficina

Numa época de profundas tranformações tecnológicas e de mentalidades, parece-nos pertinente que se mantenha vivo o fascínio único que o encontro com o livro deve ter. Apesar dos espantosos sucessos práticos da televisão, dos computadores, da internet, do multimédia e de toda uma recente parafernália de instrumentos mediáticos, ainda não conseguimos, de todo, substituir a magia de nos depararmos frente a frente com o texto impresso, com o odor do papel, com este sentimento de alguma forma solitário entre nós e esse objecto singular de proliferação de hipóteses.

A In-Libris é um modo de ser que nasceu de uma paixão partilhada. Criámos para nós o objectivo de promover o livro nas suas tão diversas facetas, usando como desculpa o prazer de trabalhar.

Teremos muito gosto em recebê-lo em nossa "casa" que fica no
Lg. José Moreira da Silva, 11 sala A
Porto (Próximo da Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo,
a antiga Escola Normal, e do conhecido edifício da Cooperativa dos Pedreiros)

Pedimos-lhe apenas que nos contacte previamente através do
telemóvel 91 999 15 97
ou do telefone e fax 22 510 50 38
ou ainda através do nosso mail
in-libris@in-libris.pt

Paulo Gaspar Ferreira e Paula Ferreira

domingo, agosto 29, 2004

para mais um regresso:*

As ondas são as profundas vagas do Atlântico. O
convés está invadido de água. Não tenho uma noção
clara do que seja viagem ou aventura. O barco
parece imóvel
sujeito à coluna de água que parece equilibrá-lo na
lonjura das duas ilhas - Flores e Corvo. Pontos
fixos no horizonte, a visível montanha mantém-se e
logo afunda
a um e outro lado. O barco, plataforma de ferro e
madeira emoldurada por um círculo varrido de vento,
de aves, água e vento.
Frio e cinzento o abismo move-se e não se
altera. Dizem que para viajar é preciso ter um lar
de onde sair e ao qual se pode regressar. Um ilha,
outra ilha; também me disseram que, entre elas, se
comprova a imortalidade espiritual de deus.


João Miguel Fernandes Jorge, Bellis Azorica,
Relógio d'Água, 1999.

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