quarta-feira, novembro 02, 2005
'.'.'.'.'*
quando ela chorava
era como se chovesse
como se a água não fosse acabar nunca
como um inverno sem conforto possível
não que fosse um pranto
não que se sugerissem dispensáveis metáforas de dilúvio
quando ela chorava era certinho e por muito tempo
uma noite inteira um dia inteiro
uma semana corrida a lágrimas e olhos inchados
um dia a caminho não sei de onde ou de quem
o vento deu numa árvore muito folhosa – claro está muito molhada –
e foi como se a árvore chovesse
a gente não espera que as árvores possam reter tanto nas suas folhas
como ela quando chorava
cláudia caetano
quando ela chorava
era como se chovesse
como se a água não fosse acabar nunca
como um inverno sem conforto possível
não que fosse um pranto
não que se sugerissem dispensáveis metáforas de dilúvio
quando ela chorava era certinho e por muito tempo
uma noite inteira um dia inteiro
uma semana corrida a lágrimas e olhos inchados
um dia a caminho não sei de onde ou de quem
o vento deu numa árvore muito folhosa – claro está muito molhada –
e foi como se a árvore chovesse
a gente não espera que as árvores possam reter tanto nas suas folhas
como ela quando chorava
cláudia caetano