sexta-feira, outubro 08, 2004
a pena de viver*
Atarda a mão que vai ao rés do colo
mexericar no veio da lembrança
de brancuras fatais, refegos curtos,
olores de tepidez humedecida
por suores implapáveis mas palpados.
Atarda: que por mais
que a tua mão avance, nunca vence
o valor sopesado em loucas e supostas
locubrações, destinos.Atarda:
nada de bom fica de verdade e, então,
a pena de viver
não vale a pena revivê-la.
Pedro Tamen, Memória Indiscritível, gótica, 2000.
Atarda a mão que vai ao rés do colo
mexericar no veio da lembrança
de brancuras fatais, refegos curtos,
olores de tepidez humedecida
por suores implapáveis mas palpados.
Atarda: que por mais
que a tua mão avance, nunca vence
o valor sopesado em loucas e supostas
locubrações, destinos.Atarda:
nada de bom fica de verdade e, então,
a pena de viver
não vale a pena revivê-la.
Pedro Tamen, Memória Indiscritível, gótica, 2000.
quinta-feira, outubro 07, 2004
...o peso da tarde*
Joan Miro, Dog Barking at the Moon
Descai a folha sob o peso da tarde
despejou a fonte a sua última lágrima
Estou sentado a que beira e que rio
contemplo? que sorriso desmaia na boca
que tive?
Admito que a sombra me entre no quarto
sem nada exigir – nem a luz acesa –
e que os dedos que falam se calem retidos
sob a capa de quê? que lupa já cega
e dorida?
Assanha-se o gato sem simbolizar
ou sem o saber – e eu sem ouvir –
Tenho orelhas de abano e abano
as orelhas Cãozinho cãozinho
rebusca fareja
Pedro Tamen, Memória Indiscritível, gótica, 2000.
Joan Miro, Dog Barking at the Moon
Descai a folha sob o peso da tarde
despejou a fonte a sua última lágrima
Estou sentado a que beira e que rio
contemplo? que sorriso desmaia na boca
que tive?
Admito que a sombra me entre no quarto
sem nada exigir – nem a luz acesa –
e que os dedos que falam se calem retidos
sob a capa de quê? que lupa já cega
e dorida?
Assanha-se o gato sem simbolizar
ou sem o saber – e eu sem ouvir –
Tenho orelhas de abano e abano
as orelhas Cãozinho cãozinho
rebusca fareja
Pedro Tamen, Memória Indiscritível, gótica, 2000.
segunda-feira, outubro 04, 2004
\(/)*
não te sentes– o conforto não está aí
a caderta é dura e de consolo
tem apenas a temporária
solidez
não denuncies o cansaço– dança
(do conforto pouco se sabe)
cláudia caetano
não te sentes– o conforto não está aí
a caderta é dura e de consolo
tem apenas a temporária
solidez
não denuncies o cansaço– dança
(do conforto pouco se sabe)
cláudia caetano