sábado, outubro 01, 2005
encontros do olhar*
«O Instituto Português de Fotografia pretende promover uma série de conversas públicas com diversas personalidades que tenham, de algum modo, uma visão diferente sobre o olhar. Faremos da nossa nova “casa” no Porto, que agora oficialmente inauguramos, um local de partilha de ideias e aquisição de saberes.
Encontros do Olhar quer chamar fotógrafos mas também quer ouvir médicos e filósofos, conversar com cientistas e artistas plásticos, músicos e sociólogos, repórteres e escritores.
Quer ser local e momento, quer-se discussão e aprendizagem, troca e reflexão.
A primeira sessão constituirá, no próximo dia 6 de Outubro, uma conversa com Teresa Siza que é actualmente a directora do Centro Português de Fotografia instalado na antiga Cadeia da Relação.
Contamos com cumplicidades que nos ajudem a criar este espaço. Queremos junto de nós instituições e personalidades que nos emprestem o seu prestígio colaborando activamente na construção desta ideia.
Contamos consigo.»
Paulo Gaspar Ferreira
Quinta-Feira, 6 de Outubro
21.30 horas
Conversa com Teresa Siza
Directora do Centro Português de Fotografia
Instituto Português de Fotografia
encontros.do.olhar@ipf.pt
rua da vitória, 129
4050-634 Porto
tel:+351 223 326 875
«O Instituto Português de Fotografia pretende promover uma série de conversas públicas com diversas personalidades que tenham, de algum modo, uma visão diferente sobre o olhar. Faremos da nossa nova “casa” no Porto, que agora oficialmente inauguramos, um local de partilha de ideias e aquisição de saberes.
Encontros do Olhar quer chamar fotógrafos mas também quer ouvir médicos e filósofos, conversar com cientistas e artistas plásticos, músicos e sociólogos, repórteres e escritores.
Quer ser local e momento, quer-se discussão e aprendizagem, troca e reflexão.
A primeira sessão constituirá, no próximo dia 6 de Outubro, uma conversa com Teresa Siza que é actualmente a directora do Centro Português de Fotografia instalado na antiga Cadeia da Relação.
Contamos com cumplicidades que nos ajudem a criar este espaço. Queremos junto de nós instituições e personalidades que nos emprestem o seu prestígio colaborando activamente na construção desta ideia.
Contamos consigo.»
Paulo Gaspar Ferreira
Quinta-Feira, 6 de Outubro
21.30 horas
Conversa com Teresa Siza
Directora do Centro Português de Fotografia
Instituto Português de Fotografia
encontros.do.olhar@ipf.pt
rua da vitória, 129
4050-634 Porto
tel:+351 223 326 875
Dá-me tuas rédeas bem frias*
Marie-France Nitski
O cavaleiro
Da laranja quero o gemido
Dos dias quero o segredo
Não quero da prata o preço
Ao cavalo não peço a força
Nem à toutinegra a magia
No mês da pimenta não estarei aqui
Porque sou um cavaleiro cego
Leva-me pelos caminhos
Pelos soturnos trigais do medo
Bem seguras em minhas mãos
Dá-me tuas rédeas bem frias
Se for ao nascer da lua
Vamos devagar pelo regato
Se companhias tocarem
Faze ver que é o som dos lírios
Bem seguras em minhas mãos
Dá-me tuas rédeas bem frias
Rodrigo de Haro
Imagem e poema enviados por Nicolau Saião.
Marie-France Nitski
O cavaleiro
Da laranja quero o gemido
Dos dias quero o segredo
Não quero da prata o preço
Ao cavalo não peço a força
Nem à toutinegra a magia
No mês da pimenta não estarei aqui
Porque sou um cavaleiro cego
Leva-me pelos caminhos
Pelos soturnos trigais do medo
Bem seguras em minhas mãos
Dá-me tuas rédeas bem frias
Se for ao nascer da lua
Vamos devagar pelo regato
Se companhias tocarem
Faze ver que é o som dos lírios
Bem seguras em minhas mãos
Dá-me tuas rédeas bem frias
Rodrigo de Haro
Imagem e poema enviados por Nicolau Saião.
domingo, setembro 25, 2005
imagias #29
David H. Gibson, Churchyard Grapes, Betlan, Spain | 1998
Não te espantas com as uvas ainda
por colher sobre o velho portão da casa.
É Outono e há um cheiro doce que se
sobrepõe ao pó acumulado entre as pedras
do muro – em redor, os campos de milho
já foram devastados pelas máquinas e da
terra e do que resta dos caules vem um
outro cheiro que te recorda a infância –
Junto ao velho portão da casa hesitas
entre tocares as sombras ou a ferrugem
– o medo é a tua mão sobre as coisas
ou o tempo que tomba com as colheitas –
Sandra Costa
Tributo ao Outono e aos Cavaleiros Camponeses.
David H. Gibson, Churchyard Grapes, Betlan, Spain | 1998
Não te espantas com as uvas ainda
por colher sobre o velho portão da casa.
É Outono e há um cheiro doce que se
sobrepõe ao pó acumulado entre as pedras
do muro – em redor, os campos de milho
já foram devastados pelas máquinas e da
terra e do que resta dos caules vem um
outro cheiro que te recorda a infância –
Junto ao velho portão da casa hesitas
entre tocares as sombras ou a ferrugem
– o medo é a tua mão sobre as coisas
ou o tempo que tomba com as colheitas –
Sandra Costa
Tributo ao Outono e aos Cavaleiros Camponeses.
a sunday poem #2*
John Keats
Caen sobre él los actos inútiles del día.
John Keats recuerda y es también de otros el recuerdo:
humillaciones, rostros y palabras
hacen de un pozo la noche repetida.
"Fanny Brawne me has alejado,
tú me has acercado a Keats y era lo mismo".
Suena tan distante el Mar del Norte
para ser cada segundo todos los mares,
pero si lo que fue y será mañana brilla
en su oscura hora presente, ese hombre pequeño,
inclinado sobre el verso, lo adivina.
Presiente que será uno y va a ser todos
cuando es tan caro el precio de eso múltiple:
ya no lo amparará el primer fervor por las palabras,
no aliviará sus horas la furia, perdida, de estar vivo
ni lo protegerá la noche pedida de ningún olvido;
nada lo salvará de tanto
que es, en su medida, tan un poco.
John Keats será John Keats, será nosotros.
Luis Benitez
Enviado por Nicolau Saião, a partir daqui.
John Keats
Caen sobre él los actos inútiles del día.
John Keats recuerda y es también de otros el recuerdo:
humillaciones, rostros y palabras
hacen de un pozo la noche repetida.
"Fanny Brawne me has alejado,
tú me has acercado a Keats y era lo mismo".
Suena tan distante el Mar del Norte
para ser cada segundo todos los mares,
pero si lo que fue y será mañana brilla
en su oscura hora presente, ese hombre pequeño,
inclinado sobre el verso, lo adivina.
Presiente que será uno y va a ser todos
cuando es tan caro el precio de eso múltiple:
ya no lo amparará el primer fervor por las palabras,
no aliviará sus horas la furia, perdida, de estar vivo
ni lo protegerá la noche pedida de ningún olvido;
nada lo salvará de tanto
que es, en su medida, tan un poco.
John Keats será John Keats, será nosotros.
Luis Benitez
Enviado por Nicolau Saião, a partir daqui.